
Assim como o mês de setembro de 2017, o de 2018 foi bem cansativo. Houve um acumulo de coisas da faculdade, como provas, trabalhos, estágio, pouco tempo para tudo isso, e menos ainda para ler e escrever algum conteúdo para o blog. Mas passou. Parece que outubro será mais calmo (espero!).
Me pergunto, às vezes, se sentirei saudade de toda essa correria da faculdade. Estou no último semestre do meu curso, a reta final. A vontade de descanso é grande, mas o descanso em demasia pode se transformar em enfado — é muito provável que eu sinta saudade. Tudo deu certo, afinal. Isso é o que deve ser foco, o lado positivo, aquilo que é bom.
Foi um mês de muitas leituras, o esforço rendeu cinco resenhas para o blog, e mais cinco livros para a lista de lidos. Somente um deles me decepcionou, uma leitura da qual eu esperava mais, por tudo o que dizem por aí sobre esse livro. Enfim, que tal conhecer o ranking de leituras do último mês? Continue lendo e descubra!
5° O colecionador – John Fowles (DarkSide Books, 2018): O romance de estreia de John Fowles foi inovador para sua época. Trata-se de um suspense com uma pegada filosófica, que parece ser uma mistura estranha, mas que funcionou. Bem, funcionou no sentido de o livro ter se tornado um sucesso, porém, na prática, acaba não funcionando de uma maneira tão legal assim. Temos dois protagonistas: o sequestrador, que pode ser considerado um sociopata, e a vítima, uma jovem estudante de arte, que sonha em ser pintora. A história é narrada sob as perspectivas das duas personagens, ou seja, os mesmos eventos se repetem, porém sob perspectivas diferentes. Isso breca o ritmo da narrativa, que fica enrolando em assuntos um tanto quanto filosóficos e nada divertidos (divagações e hipocrisias). Depois disso tudo o final nem surpreende, a sensação que fica é a de uma leitura enfadonha. Essa edição da DarkSide Books contém alguns extras e está muito linda, entretanto, o trabalho de revisão não foi bem feito é há muitos erros, o que é chato. Confira minha resenha AQUI.
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4° Histórias extraordinárias – Edgar Allan Poe (Companhia das Letras, 2017): Para quem gosta de contos, Poe é um autor essencial. Ele foi um dos autores que consagrou esse estilo de prosa, até ditou regra. Além disso, Poe é um clássico do terror, da fantasia e do mistério, inspiração para toda uma leva de autores, até hoje. Essa edição da Companhia das Letras contém dezoito contos, de gêneros bem variados: histórias policiais, de terror, de grandes aventuras; algumas mais animadas, outras mais depressivas. Claro, o estilo se difere um pouco daquele encontrado em autores atuais, que escrevem obras com muito mais ação, sangue, com narrativas mais dinâmicas. Poe foi um escritor clássico, sua escrita demonstra isso. Apesar de ser popular, com uma obra voltada ao entretenimento (se é possível dizer isso), ele é colocado no patamar dos cânones da Literatura mundial. Nem todo conto dessa edição é divertido, ou empolgante, porém vale a pena conhecer um pouco da obra de Edgar Allan Poe, você não vai se arrepender. Leia minha resenha AQUI.
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3° O menino do pijama listrado – John Boyne (Seguinte, 2017): Para comemorar os dez anos da obra mais conhecida de Boyne, foi publicada uma edição especial de ‘O menino do pijama listrado’, contendo ilustrações feitas pelo artista Oliver Jeffers. Esse livro, que se passa durante a Segunda Guerra Mundial, fala sobre a amizade de dois meninos. Um deles é filho de um oficial do exército nazista, o outro, um prisioneiro judeu. O autor consegue abordar temas pesados de forma tranquila. Vamos desvendando o enredo através da ingenuidade do protagonista. Nada é muito explícito, Boyne não conta tudo o que está acontecendo, é preciso que o leitor tenha conhecimento sobre o que acontecia com os judeus nos campos de concentração nazistas. Isso faz a leitura ser leve, apesar do tema forte e triste. Leitura rápida, nada complicada, capaz de emocionar até mesmo as almas mais duras. Conheça um pouco mais sobre esse livro AQUI.
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2° Ubik – Philip K. Dick (Aleph, 2009): Essa não é a obra mais premiada de PKD, mas, talvez, seja a mais aclamada, considerada pela revista ‘TIME’ como um dos melhores romances da língua inglesa, publicados a partir de 1923. Como esse autor sempre duvidou de sua própria realidade (em parte pelo abuso de substâncias químicas), seria estranho se essa sua característica não refletisse em suas obras. ‘Ubik’ apresenta um futuro alternativo, onde a humanidade colonizou a Lua e Marte, onde vidas podem ser preservadas após a morte, onde há pessoas dotadas de poderes psíquicos (os psis), como a capacidade de ler mentes. O protagonista, Joe Chip, trabalha para uma empresa que busca barrar a atuação desonesta dos psis, a Runciter Associados. Em uma missão na Lua, algo dá errado e sua equipe sofre grandes perdas e consequências. Após esse incidente, a morte já não parece morte, a realidade parece que não é real, o tempo começa a correr para trás; tudo sai do eixo. Uma leitura capaz de dar um nó na cabeça do leitor, extremamente surpreendente e criativa. Uma ficção científica das boas, com a marca de PKD. Minha resenha pode ser lida AQUI.
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1° Flores para Algernon – Daniel Keyes (Aleph, 2018): Você já parou para pensar como é a vida de uma pessoa que tem algum tipo de deficiência intelectual (DI)? Será que a sociedade está preparada para receber essas pessoas, de prestar uma assistência adequada? Ainda há muitos mitos e tabus a respeito desse tema, em pleno século XXI. Nesse livro, publicado originalmente em 1966, Daniel Keyes apresenta o personagem Charlie, um deficiente intelectual que sonha em se tornar inteligente, e se esforça muito para aprender. O próprio protagonista narra sua história, através de relatos, pois ele foi escolhido para ser a “cobaia” de uma cirurgia revolucionária, um procedimento capaz de aumentar a inteligência de uma pessoa. Esse procedimento funciona! Charlie começa a aprender, de maneira surpreendente, muito rápido. Keyes foi muito esperto nos detalhes. No começo, Charlie escrevia mal, com muitos erros, o que muda após a cirurgia, sua escrita melhora, e o leitor nota isso ao longo da leitura, pois os erros desaparecem. Todavia, se tornar inteligente tem um custo: Charlie passará a compreender a realidade ao seu redor, e terá que lidar com todo o preconceito que sofria, mas era incapaz de notar, por conta de sua DI. Uma obra muito emocionante e sensível, escrita de forma brilhante. Não seria exagero afirmar que se trata de uma leitura necessária, daquelas que enriquecem o leitor, intelectual e emocionalmente. Aproveite e leia minha resenha completa, clicando AQUI.
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Você achou justa essas posições? Já leu algum desses livros? Me conte aí nos comentários. Aproveite e fale um pouco sobre como foi seu mês de setembro, e o que você espera para outubro.
O post de setembro com o maior número de visualizações foi: Novidades para outubro e final do ano – NML #05.
Desejo um ótimo mês para você!
Alan Martins
Parceiro

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Rapaz que agito pedagógico essa sua vida. Reta final é só pedrada!
Setembro foi a mesma pra mim só não consegui ler tanto quanto eu gostaria. Tenho o hábito de ler 3 livros na semana mais com a faculdade é sem condições manter essa linha mais.
Espero que seu outubro seja mais tranquilo para que você possa descansar um pouco a mente e poder fazer mais leituras que não sejam acadêmicas.
Bom domingo, Alan!
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É bem difícil conciliar as leituras de ficção com as leituras técnicas e teóricas da faculdade, ainda mais com outros afazeres por cima. Mas, a gente tenta, às vezes acaba dando certo (e o que não mata, nesse caso enriquece). Pior que penso em começar outra faculdade depois dessa! Ou seja, sem muito descanso!
Que outubro seja um grande mês para você!
Muito obrigado pelo seu comentário.
Grande abraço, ótimo domingo.
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Eu senti falta nas primeiras semanas. Foi aquele vazio e depois, passado o verão, me vi pensando os dias de aula. Foi engraçado. A gente se acostuma a rotina e depois tem que reaprender a vida sem ela. aff
Eu li pouco em setembro, três ou quatro livros apenas, mas passei muito tempo com os olhos a folhear as mesmas paginas. Certas leituras precisam de mais tempo-tato. rs
que outubro seja melhor, agradável. seja…
bacio
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No início, imagino que a quebra de rotina será difícil; 5 anos fazendo a mesma coisa, você se acostuma.
Olha, você não leu pouco, talvez não o tanto que você gostaria, mas não pouco. Certos livros precisam de mais tempo para que a digestão seja feita, isso acontece mesmo. O importante é ler!
Que outubro traga muitas surpresas boas para você!
Obrigado e um grande abraço!
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a nossa passagem pelos bancos escolares são inesquecíveis, todavia considero que o período da Faculdade seja o mais inesquecível de todos. não sei explicar as razões, apenas, no meu caso, talvez por ter cursado Jornalismo, tenha sido um período fértil em ideias, criatividade, transformações, e tudo o que gostaríamos de fazer e que mais tarde o mercado e outros senões impediram. é o meu melhor período, o que mais tenho saudade e o que me forjou como profissional. um grande outubro para você Alan, e tenha um fim de semana maravilhoso. um abraço.
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É um tempo muito gostoso mesmo, ainda mais pelas amizades, pelas dificuldades enfrentadas juntos. Um momento de muito aprendizado também, uma mudança na vida de todos, e na visão de mundo também. sentirei saudade sim, não há dúvida!
Um ótimo outubro para você, cheio de alegria e coisas boas.
Um grande abraço.
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