5 livros com capas bonitas

Não sou uma pessoa que compra um livro pela capa. Porém, não posso negar que gosto de um livro que possua um design bonito, uma arte bacana estampando sua capa. Claro que essa não é a principal parte de um livro, o que importa de verdade é o seu conteúdo, mas, se a capa for atraente, as vendas podem aumentar bastante. E por isso as editoras investem nesse quesito.

Como falei, não compro um livro apenas porque gostei da capa. Compro quando me interesso pelo autor, ou pelo assunto abordado na obra. Às vezes acontece de eu comprar um livro e receber, como um bônus, uma verdadeira obra de arte.

Selecionei cinco livros que são bons exemplos de capas bonitas para compor esta lista. Como gosto é algo bem pessoal, será que você vai concordar comigo sobre a beleza das capas que estou prestes a apresentar? Veremos!


Capa do livro O gigante enterrado, de Kazuo IshiguroO gigante enterrado – Kazuo Ishiguro (Companhia das Letras, 2015): Quem acompanhou as notícias literárias do final do ano passado, deve ter visto o nome de Kazuo Ishiguro em alguma manchete, pois ele foi o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 2017. Seus livros são editados no Brasil desde a década 1990. Alguns de seus livros, como ‘Os vestígios do dia’ e ‘Não me abandone jamais’, já foram adaptados para o cinema. Desde o início dos anos 2000, por volta de 2003, a Companhia das Letras assumiu os direitos de publicação do autor e está fazendo um ótimo trabalho no quesito gráfico. O responsável pela arte das capas dos livros de Ishiguro é Alceu Chiesorin Nunes, capista envolvido em diversas publicações da editora. Seu estilo é minimalista, utilizando poucas cores, porém com traços muito detalhados, criando algo que chama a atenção e encanta pela beleza. Principalmente em ‘O gigante enterrado’, a árvore sobre um fundo azul ficou muito bonita e é uma das capas mais encantadoras que já vi.

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Livro o Gigante enterrado de Kazuo Ishiguro
A beleza em azul

Capa do livro Frankenstein DarkSide BooksFrankenstein, ou o Prometeu moderno – Mary Shelley (DarkSide Books, 2017): Não seria exagero afirmar que a DarkSide Books é a editora que mais investe em publicidade e no quesito gráfico de seus livros. Sempre com publicações caprichadas, com artes incríveis, a editora vem modificando o cenário nacional do mercado editorial. O autor Clive Barker chegou a elogiar a edição de um de seus livros que a DarkSide publicou, dizendo se tratar da mais bela edição de ‘The hellbound heart’ (publicado no Brasil como ‘Hellraiser’) já publicada. Se Mary Shelley estivesse viva, com toda certeza ela elogiaria a edição de seu magnum opus que a editora lançou em 2017, como parte da coleção ‘Medo clássico’. A premissa da arte dessa capa é a anatomia do corpo humano, que, de certa forma, tem muito a ver com a premissa da obra. O design ficou único e muito apelativo (em um bom sentido). Uma das edições mais bonitas que a editora já publicou, além de ser a mais linda edição de ‘Frankenstein’ que o Brasil já teve.

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Livro Frankenstein DarkSide Books
Design caprichado. Imagem: Reprodução

Capa do livro Ouça a canção do vento & Pinball 1973 de Haruki MurakamiOuça a canção do vento & Pinball 1973 – Haruki Murakami (Alfaguara, 2017): A Alfaguara edita as obras de Murakami em território brasileiro já faz um tempinho, e executa um bom trabalho com o autor, que é hoje, talvez, o seu principal nome; muitos brasileiros adoram ler as histórias esquisitas, porém muito boas, que o autor nipônico escreve. É muito fácil identificar um livro da Alfaguara em alguma prateleira, pois é utilizado um padrão para as capas. Entretanto, com ‘Ouça a canção do vento & Pinball 1973’, que são os dois primeiros trabalhos publicados de Murakami, o pessoal da editora resolveu criar algo um pouco diferente. Fugindo do padrão, a capa é bem simples: título, nome do autor, logotipo da editora, dois pequenos símbolos que representam cada uma das histórias contidas no livro e um fundo em degradê. Nada complexo, porém a simplicidade dessa capa fala mais alto, deixando o livro bem característico, único. A escolha das cores foi bem acertada; outra criação de Alceu Chiesorin Nunes. Trata-se de uma publicação bem diferente das que estamos acostumados a ver. Já escrevi uma resenha sobre esse livro, leia-a clicando AQUI.

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Livro Ouça A Canção do Vento & Pinball 1973
Degradê agradável. O bonequinho até se apaixonou!

Capa do livro O jogador, PenguinO jogador – Fiódor Dostoiévski (Penguin-Companhia das Letras, 2017): Primeira obra de Dostoiévski publicada pelo selo criado a partir da parceria entre esses dois gigantes do mercado editorial. O design dos “Penguin Classics” é a marca principal desse selo, que atua em diversos países. Existem variações de cores e de estilo, porém o padrão Penguin pegou, basta uma rápida olhada para o livro e já o identificamos como uma publicação dessa empresa. Desde 2010 o selo atua no Brasil e, hoje, acumula um grande número de obras publicadas. Por se tratar de uma linha editorial voltada aos clássicos, Fiódor Dostoiévski não poderia ficar de fora. Podemos ver o cuidado que tiveram com essa publicação desde a escolha do tradutor, que foi Rubens Figueiredo, profissional que traduz direto do russo com maestria. A capa, elaborada por Claudia Espínola de Carvalho, é bem simples, porém tem tudo a ver com a título do livro. Gosto de um design que diz muito mostrando pouco. É o caso dessa edição de ‘O jogador’ que, com toda sua simplicidade, passa uma boa ideia sobre o que iremos ler, com um bonito contraste de cores.

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Livro O Jogador Penguin-Companhia das Letras
Quando o pouco diz muito

Capa livro Sob a redomaSob a redoma – Stephen King (Suma de Letras, 2012): Outra capa que fugiu do padrão, mas dessa vez fugiu do padrão adotado para os livros do autor. Stephen King é mundialmente conhecido como um grande escritor do gênero terror, todavia, ele se aventura, uma vez ou outra, por outros gêneros, como a ficção científica; gênero com o qual ‘Sob a redoma’ se identifica. O terror e o suspense, nesse livro, estão nos próprios personagens humanos, eles são os monstros da história, o ser humano com toda sua maldade e ganância. Um verdadeiro calhamaço, onde a diversão e o tamanho estão em proporções iguais. Falando sobre o design da capa, o que fugiu do “padrão King” foi o fato de a arte utilizar elementos 3D e algumas cores mais vibrantes. Nada muito macabro ou assustador, mas o trabalho com fotos reais e elementos em 3D ficou muito legal, dando uma boa ideia do que aconteceu com a cidadezinha onde o enredo se desenrola. A editora resolveu manter o design original, criado por Rex Bonomelli, artista experiente em criação de capas para livros.

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Livro Sob a redoma Stephen King
Um design muito inteligente, realista e bonito

Gostou do post? O que achou das capas apresentadas? Concorda que são bons exemplos de beleza?

Que tal ver o contrário agora? Conhecer exemplos de capas ruins e feias? Já escrevi uma postagem assim. Para visualizá-la, clique AQUI.

Obrigado pela visita.

Alan Martins

Capas bonitas de livros, gatos, meme
Elaborado sobre imagem de Timetrax23, publicada sob Licença (CC BY-SA 2.0) e sobre um meme da internet. Disponíveis em: https://flic.kr/p/zeT59 e https://www.funnyjunk.com/.

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Autor: Alan Martins

Graduado em Psicologia. Amante da Literatura, resenhista e poeta (quando bate a inspiração). Autor e criador do Blog Anatomia da Palavra. Não sou crítico literário, porém meu pensamento é extremamente crítico. Atualmente graduando em Letras.

23 pensamentos

  1. Eu tive uma experiência muito especial com ” O Jogador”: quando terminei de lê-lo, voltei imediatamente à primeira página, e comecei a ler de novo. Quanto à capa, não me lembro mais, mas o interessante é que gosto de encapar com papel de presente os livros que leio, um dos motivos é porque não gosto da capa. Um abraço da Mariluz

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      1. Não somente. Sempre carrego um livro comigo para ler quando saio, e leio nos metrôs, nos ônibus, em salas de espera, nos intervalos do trabalho, nos cafés – são os meus preferidos – sempre onde tenho oportunidade. Por essa grande exibição pública de leituras, um livro encapado me dá uma certa proteção – às vezes não gosto de que as pessoas vejam o que estou lendo. Por exemplo, o livro da feminista inglesa Natasha Walter, Living Dolls, tem uma capa um tanto suspeita: um corpo nu de mulher, cortado abaixo dos seios e na altura acima dos joelhos, na parte que corresponde ao sexo há uma boneca Barbie colocada para cobri-lo. Encapei-o imediatamente, apesar de que aqui na Europa essa foto não causa nenhum escândalo. Às vezes sou tímida Alan.

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      2. Entendi. Mais que uma forma de proteção, também é uma maneira de buscar privacidade. De poder ler em público sem que os outros olhem e façam possíveis comentários, por exemplo, ou que seja uma situação constrangedora, devido sua timidez. É uma forma de escape bem inteligente!

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  2. Os livros com capas mais bonitas que tenho com certeza são da Darkside (Donnie Darko, Os Senhores dos Dinossauros, Serial Killers), e as capas duras ajudam mais ainda.
    Tomara que as editoras continuem com essa preocupação de aprimorar o design gráfico, porém, que isso não influencie no preço.

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    1. Depois que a DarkSide entrou no mercado com esse tipo de livro, com visual mais caprichado, outras editoras passaram a publicar seus livros com capa dura também, com mais cuidado. Viram que o povo gostou e que poderiam lucrar com isso. Acho que essa tendência vai continuar, enquanto uma editora publicar livros com esse cuidado, as outras seguirão a ideia. Essa é uma das coisas boas que a livre concorrência pode oferecer. Mas, como você disse, espero que o preço não aumente por isso (mas, comparando o mesmo livros em edições diferentes, capa comum e capa dura, o preço é bem superior na segunda opção).

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      1. Não sei se você pensa como eu, mas esse tipo de história, as do século XIX, são mais chocantes do que aterrorizantes. Os clássicos como os contos de Poe, ‘O médico e o monstro’, não dão medo, mas chocam, mais no sentido mesmo do horror do que realmente terror. Mesmo assim, são grandes obras, muito legais de serem lidas.

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  3. Eu também não sou de comprar livro pela capa, mas a Darkside conseguiu me convencer a comprar O Circo Mecânico Tresaulti mesmo sem eu conhecer a história. Acabei amando o livro por inteiro, e é um dos volumes mais bonitos que eu tenho até hoje! Mas tem que ignorar o fato de que o nome do livro e da autora estão para lá de escondidos haha xD

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    1. Sim, isso acontece mesmo, o design toma todo o espaço da capa, dai o nome do autor e até do título acabam ficando meios que escondidos, ou não recebem tanta evidência assim. Mas é inegável que essa editora lança livros bonitos. Esse que você comprou, por exemplo, eu não tenho, mas já o vi e é muito lindo mesmo!
      Obrigado pela visita.
      Abraço. 🙂

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      1. É, no Circo Mecânico, o nome do livro e da autora aparecem só na contracapa xD

        Considerando o momento atual, daqui a pouco os únicos volumes impressos que as pessoas irão comprar serão apenas estas edições especiais, mesmo. O livro, só pelo conteúdo escrito, tem milhares de vantagens de ser lido como e-book.

        Abraços!

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      2. Eu acho que os livros impressos não vão acabar, assim como os e-books não conquistarão todo mundo. Nosso momento atual é de muitas edições especiais, aí vira algo como um fetiche, o livro como um objeto de luxo, decoração, ostentação. Mas nem todo mundo pode comprar um livro assim. Por exemplo, vi a edição de ‘Sagarana’ na Amazon. A edição em capa dura estava R$40,00 e a edição em capa comum R$21,00. Eu não pagaria o dobro apenas para ter uma edição mais bonita, eu poderia comprar dois livros pelo preço da edição especial, e o conteúdo é o mesmo. Mas as editoras estão investindo nesse fetichismo com edições diferenciadas. E isso é bom, mais opções para todos os gostos!
        Abraço!

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      3. Também concordo que a edição impressa nunca sumirá. Acredito que, no futuro, os livros que estarão nas estantes das pessoas serão as edições mais belas de suas obras favoritas, e novos autores e temas seriam explorados pelos e-books. Também haverá espaço para todos, talvez até mais que hoje 🙂

        Abraços!

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  4. Das capas mais feias, a pior, para mim, é a do Philip K Dick — está mal pensada da cabeça aos pés. Fere os olhos e o preto e branco, da forma como estão alternados, só piora a situação. Para publicidade na internet não funciona, porque nem chega a ser uma imagem de ilusão de óptica em condições, só frita mesmo o cérebro. Passando às bonitas, a árvore, com aqueles ramos e raízes, diz tudo. Não li o livro, mas a árvore, só por si, carrega um simbolismo psicológico muito grande 😀 . O azul, embora seja uma cor fria e possa significar, também, distanciamento, se for bem utilizado dá uma sensação de paz muito grande. Daí ser uma capa que resulta muito bem. Bom domingo e, desde já, boa semana. 😀

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    1. Essas capas do Dick são ruins até de identificar o nome dele. São livros que dariam ótimas capas, mas investiram em algo mais simples, pena.
      Eu gosto muito dessa capa de ‘O gigante enterrado’, além de bela, possui todos esses simbolismos que você citou. Foi a capa que você mais gostou?
      Qual exemplo de capa bonita você daria?
      Abraço. Bom domingo! 🙂

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      1. Olha, além da capa de ‘O gigante enterrado’ , poderia dizer que é o pé do Frankenstein. Essa imagem, só por si. também tem uma carga simbólica e emotiva grande. Mas, só pelas cores (e porque todos acabamos por ter uma resposta às cores) votaria n’O Jogador. Gosto muito do preto sobre o vermelho. Além disso, o minimalismo (uma capa sem muito ruído) dá-lhe um toque mais classy. Agora, quanto às minhas próprias capas, a minha resposta é completamente emotiva 😀 , porque há tanta coisa que, assim de repente, é difícil. A minha mãe, quando era adolescente, ia arranjando alguns livros da colecção dois mundos. Foi através dessa colecção (dos livros que ainda andavam aos pontapés por casa) que li os primeiros clássicos : James Joyce, Pearl S. Buck, Anne Frank. O grafismo dessa colecção ficou para sempre, portanto. Gosto muito do trabalho que fizeram, por exemplo, com a ‘Pérola’, do Steinbeck (o barquinho 😀 ). Aqui, em Portugal, a Editora Tinta da China, a ETC… (que dá muita primazia ao lado independente) , e até a Relógio D’Água, são exemplos de editoras que têm capas de que gosto muito. Grande abraço r boa semana 🙂

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  5. capas são sempre um atrativo. quem vai a uma livraria sem saber exatamente o que procura, a capa tem uma função importante. ela é capaz de atrair o leitor a pelo menos olhar o livro e saber sua sinopse. nunca comprei livro por causa de uma capa, mas é essencial o bom gosto e beleza. (outro dia estava pensando sobre isso em relação aos discos, as capas que mais acho legais, mas desisti, é muito para escolher algumas.) * comprei o livro O Gigante Enterrado. na fila para leitura. um abraço, Alan. e seja o teu domingo muito legal.

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    1. Faça um post com umas capas de discos que você gosta, ficaria bem legal.
      Eu gosto quando um livro tem uma capa bonita, dá para ver que, ao menos, a editora deve capricho com a publicação, além de ser um atrativo para o leitor conhecer a obra, como você apontou. Eu ainda não li ‘O gigante enterrado’, também está na fila. Estou lendo um outro do mesmo autor, ‘Não me abandone jamais’. que também tem uma capa bem legal.
      Obrigado pela visita.
      Abraço e um ótimo domingo.

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