TCC: Terapia Cognitivo-comportamental

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Aaron T. Beck. Imagem por Slicata (editado). Distribuída sob Licença (CC BY-SA 4.0). Disponível em: Wikimedia.

A Terapia Cognitiva utiliza um conceito “biopsicossocial”, focalizando o trabalho sobre os fatores cognitivos da psicopatologia. Para a Terapia Cognitiva (TC), os indivíduos atribuem significados a certos aspectos de sua vida, por isso se comportam de determinada maneira e criam diferentes hipóteses sobre sua vida e sua própria identidade. O objetivo dessa Terapia seria a descrição da natureza de conceitos envolvidos na psicopatologia e fornecer estratégias capazes de corrigir esses conceitos.

Ocorre, na Terapia Cognitiva, um processo semelhante a testagem empírica; que ocorre a partir da aplicação de técnicas e conceitos desenvolvidos em sua base teórica, por isso é necessário que o terapeuta possua uma boa base teórica.

O início da TC dá-se em 1956, com Aaron Beck, que realizou uma pesquisa com a intenção de verificar a depressão pelos pressupostos psicanalíticos. Freud dizia que pessoas deprimidas apresentavam uma espécie de necessidade de sofrer. Beck encontrou resultados diferentes, alguns pacientes apresentaram melhoras em resposta a certas experiências bem-sucedidas. Dessa forma, a depressão passou a entendida como uma tendência negativa, onde a pessoa apresenta expectativas negativas sobre si e sobre o mundo.

A TC possui dez axiomas formais que servem de ponto de apoio. O funcionamento psicológico bem como a adaptação psicológica a determinado contexto estão na dependência de “estruturas de cognição com significado”, esses significados possuem a função de controlar vários sistemas psicológicos, como o comportamental, o emocional, a atenção e a memória. O indivíduo constrói significados, podendo construir significados corretos ou incorretos em relação a um contexto ou objeto. Os axiomas não são vistos como estáticos, eles podem evoluir com o surgimento de novas evidências.

Já a terapia comportamental, está embasada nas teorias do comportamento desenvolvidas no século XX, ganhando força com os estudos de Skinner. Para essa teoria, existem dois tipos de comportamento: o comportamento respondente, que são os reflexos, e o comportamento operante, que modifica o ambiente e é modificado por ele ao mesmo tempo, onde sua ocorrência é dependente das consequências geradas.

O comportamento pode ser condicionado se for reforçado. Esse reforçamento possui influência na frequência de um comportamento. Os estímulos discriminativos são situações que antecedem determinada resposta que foi vinculada a um reforçamento.

Um comportamento pode ser modelado no condicionamento operante, se o repertório comportamental de um sujeito ser modificado através de reforçamentos sistemáticos que se assemelham ao comportamento desejado. Situações aversivas também produzem comportamentos distintos. A punição é a retirada de um estímulo reforçador, ou a apresentação de um estímulo aversivo, produzindo a diminuição da ocorrência de um dado comportamento. A punição também pode gerar o comportamento de fuga, que antecede o estímulo aversivo.

As bases teóricas dessas duas teorias desenvolveram-se pautadas no evolucionismo de Darwin, ganhando espaço na década de 1970 com o surgimento de técnicas para o tratamento de fobias, obsessões e disfunções sexuais. Os terapeutas comportamentais observaram a influência de fatores cognitivos na constituição das psicopatologias, passando a adotar conceitos e técnicas cognitivos na prática clínica.

Denomina-se Terapia Cognitivo-Comportamental por ser tipos de terapia que integram conceitos e técnicas dessas duas abordagens. Hoje, dispomos de uma grande gama de tratamento de diversos transtornos. As terapias diferem-se de acordo com o enfoque predominante. A TCC foca nos problemas apresentados pelo paciente no momento da procura pela terapia, com o objetivo de ajudá-lo a aprender novas estratégias para atuar no ambiente, promovendo mudanças necessárias. Um de seus objetivos é o de corrigir distorções cognitivas, utilizando técnicas que buscam a identificação de pensamentos automáticos, testar esses pensamentos e substituir essas distorções.

Referência Bibliográfica

BAHLS, S. C.; NAVOLAR, A. B. B. Terapia cognitivo-comportamentais: conceitos e pressupostos teóricos. Psico UTP, 4, p.1-11, jul. 2004.

Alan Martins


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Autor: Alan Martins

Graduado em Psicologia. Amante da Literatura, resenhista e poeta (quando bate a inspiração). Autor e criador do Blog Anatomia da Palavra. Não sou crítico literário, porém meu pensamento é extremamente crítico. Atualmente graduando em Letras.

17 pensamentos

  1. Que bom poder conhecer mais a técnica da terapia que tenho feito esse ano. A minha psicóloga é lacaniana também, então o trabalho acaba sendo bem versátil. Observando como paciente, o TCC tem sido muito proveitoso no tratamento da depressão e de mim mesma também, rs.

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    1. Cada abordagem vê os fenômenos de uma maneira diferente. A psicanálise tem conceitos como esse, a mais freudiana ao menos. Já a cognitivo-comportamental diria que esses são pensamentos disfuncionais, que a pessoa “aprendeu” a ter durante sua vida. Pode ser caso de uma baixo autoestima, com ela não vendo seu lado bom, apenas vendo-se de forma negativa, como você disse. Entre as duas, sou mais a cognitiva ha ha.
      Obrigado por comentar. Abraço. 🙂

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