Resenha de Messias de Duna, o segundo livro da hexalogia criada por Frank Herbert.

Messias de Duna é o segundo volume da saga concebida por Frank Herbert, uma das mais influentes de todos os tempos, marco do gênero ficção científica, vencedora de vários prêmios, publicada em diversos idiomas e adaptada para o cinema, videogames, entre outras mídias.
Um novo filme será lançado em breve, trazendo consigo um enorme hype. Bora conhecer essa incrível franquia antes de assistir à adaptação? Venha comigo!
O Messias de Duna
No primeiro livro da franquia (já resenhado por mim aqui), Frank Herbert apresentou aos leitores um universo vasto, repleto de subtramas, personagens instigantes e intrigas políticas. Trata-se de uma incrível riqueza de detalhes, em um planeta chamado Arrakis, ou Duna, onde vivem os fremen, um povo guerreiro e religioso, que enfrenta a escassez de água com valentia. A apresentação de tudo foi muito bem feita.
Por isso no segundo volume os detalhes aparecem em menor quantidade, sendo uma obra mais curta. Doze anos após os eventos de Duna, Paul Atreides, agora imperador, é venerado não apenas pelos fremen, e sim por quase todo o Império, o que explica o título do romance.
Todavia, nem todos estão felizes com o poder que Paul acumulou. Líderes descontentes querem o fim do imperador. Uma conspiração ganha corpo, seus membros tramam contra Muad’Dib. O que vem depois? Só lendo para saber! Meu relato termina por aqui.
Antes de rumar à próxima seção, gostaria de dizer: Duna é ficção científica soft, seu peso maior é na fantasia. Nenhum demérito, somente acredito que o gênero fantasia se sobressai.
“Oto” patamar
Messias de Duna é bom, entretanto, não atinge o patamar do primeiro livro da saga. Se o autor quisesse, poderia ter feito de Duna um filho único. Convenhamos, seria um pecado, pois há muito sobre o que escrever a respeito do grandioso universo por ele elaborado.
Difícil é conseguir manter o nível estabelecido anteriormente. A escrita, neste segundo volume, é lenta e introspectiva. Temos menos ação, com grande foco nos pensamentos e sentimentos de alguns personagens, como Paul, sua irmã e os membros do complô.
Dessa forma, o leitor não é surpreendido por novidades, tampouco por expectativas. Herbert, pelo contrário, usa e abusa de elementos já estabelecidos, principalmente dos poderes mentais dos Atreides. Toda hora uma personagem está encarando a outra, analisando suas expressões faciais, procurando um ato falho (até parece o cara do canal Metaforando), ou alguém está forçando uma visão do futuro. Além de ser chato e forçado, isso faz a leitura perder um pouco da graça.
A tensão central que o enredo formula é: conseguirão matar o imperador? Um tanto quanto frustrante. Aquela imersão, que fez Duna tão especial, inexiste no Messias. Mais do mesmo, porém, com um toque de história de espião.
Sobre a edição
Publicada pela Aleph, a edição traz um belo design com arte de Marc Simonetti, em capa dura e acabamento Soft Touch. Por dentro, miolo em papel Pólen Soft e boa diagramação. A revisão falhou e deixou alguns erros passar. Nada prejudicial, todavia, tais erros não deveriam existir.
Tradução de Maria do Carmo Zanini, a mesma profissional que traduziu o livro anterior. Um bom trabalho, com termos bem adaptados e um glossário com descrições sobre a terminologia criada pelo autor.
Conclusão
Se compararmos Messias de Duna com o primeiro volume da série, dá para dizer que foi um passo para trás. Contudo, podemos perdoar Frank Herbert, afinal Duna elevou o nível, que chegou ao espaço (sem piadinha infame).
Leitura rápida, com um enredo menos admirável, até menos original. Sim, considero-me um bocadinho decepcionado, mas, apesar disso, a vontade de ler o próximo romance persiste. O final aguçou minha curiosidade, abrindo inúmeras possibilidades, reafirmando a grandeza que é o universo de Duna.
Minha nota (de 0 a 5): 3,5 ⭐

Ficha técnica
Título: Messias de Duna
Autor: Frank Herbert
Tradução: Maria do Carmo Zanini
Editora: Aleph
Ano: 2017 – 2ª ed.
Páginas: 272
ISBN: 8576573822
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