Leia minha resenha e conheça o universo do livro Duna antes de assistir ao filme de Denis Villeneuve, que estreará em 2021!

Citada como a obra de ficção científica mais vendida do mundo, Duna é um clássico do gênero. Foi a primeira vencedora do Nebula Award, em 1966, e também faturou o Hugo Award no mesmo ano.
Não é a primeira vez que o romance de Frank Herbert irá para as telonas. David Lynch já dirigiu uma adaptação nos anos 1980 e o canal Syfy produziu uma série em 2000.
Porém, as expectativas são altas para o filme de Villeneuve, conhecido por Blade Runner 2049. Por conta da pandemia do novo coronavírus, a estreia foi adiada para 2021.
Enquanto isso, fique aqui comigo e conheça mais a respeito desse livro que se mantém relevante até os dias de hoje!
Arrakis, Império e os Fremen
O universo criado por Herbert é vasto e repleto de minúcias. Podemos dizer, sem fazer qualquer comparação, que Duna é para a ficção científica aquilo que O Senhor dos anéis é para a fantasia.
Paul Atreides é filho do Duque Leto Atreides, que governa o planeta oceânico Caladan. Paul é filho de Lady Jéssica, uma Bene Gesserit, ordem matriarcal de importante papel político, religioso e social.
Desde muito cedo o jovem Atreides foi treinado nas artes do combate físico, assim como na doutrina Bene Gesserit. Paul se tornou mais que um grande combatente, obtendo o domínio de capacidades psíquicas sobre-humanas.
A humanidade desbravou o espaço. Quem domina a galáxia é o Imperador Padixá. O controle dos planetas é dividido entre as Casas Maiores e Menores, em conjunto com a Guilda e as Bene Gesserit. Trata-se de um sistema feudal.
O Duque Leto Atreides recebeu o controle de Arrakis, conhecido por sua aridez e falta de água. Apesar disso, o planeta é financeiramente estratégico, nada de araque (juro que essa foi a primeira e última piada infame desse texto). De suas areias é extraído o mélange, ou especiaria, narcótico valioso e cobiçado por muitos.
Mesmo com condições tão adversas, o planeta é habitado pelos Fremen. Esse povo se adaptou às condições extremas de Arrakis. Suas vestes, os trajestiladores, são capazes de captar a umidade e dejetos do corpo, transformando-os em água potável. Sem falar que eles conseguem conviver com os imensos e temidos vermes da areia!
É evidente que o líquido é o bem mais valioso e escasso do novo lar dos Atreides. Os Fremen possuem uma profecia: chegará o dia em que surgirá o Messias que os guiará ao paraíso.
Controlar Arrakis pode despertar a inveja das outras Casas. Os Atreides correm perigo. Paul e sua família terão de enfrentar traições, disputas políticas e antigas profecias religiosas. Só temos uma certeza: a vida do rapaz nunca mais será a mesma.
O livro é bom?
Duna é um dos maiores feitos sci-fi de todos os tempos. Vale ressaltar que esse é apenas o primeiro volume de uma série de 6 livros. Frank Herbert criou uma história colossal, rica em enredo e detalhes que fazem toda a diferença.
Lendo isso, alguns pensarão se tratar de uma leitura difícil. Não tenha medo. O autor criou uma vasta terminologia e uma religião inspirada no islamismo, budismo e cristianismo. Todavia, tudo se encaixa muito bem na narrativa e será raro o leitor se encontrar “boiando”.
A trama apresentada no primeiro ato das Crônicas de Duna é ampla, movimentada por questões políticas e por uma profecia. Aliás, esse lado profético estraga um pouco o clima. As situações acontecem para se adequar, coincidindo com as antigas escrituras: nossa, ocorreu algo… é a profecia; nossa, aconteceu outra coisa… era exatamente o que a profecia afirmava. Soa pouco natural!
Sim, o romance ostenta um excelente conteúdo para quem gosta de épicos e universos gigantescos. Fãs de ficção científica e fantasia vão amar a obra, uma vez que ela apresenta tudo aquilo que tais gêneros literários necessitam.
Perfeito demais? Infelizmente precisamos citar mais pontos negativos. Há diversas cenas de batalha que não empolgam. A narração das lutas não traz a sensação do perigo, da emoção. Outro ponto baixo são algumas descrições cansativas, que deixam o livro mais longo do que ele poderia ter sido.
Para um romance extenso, até que há poucas seções maçantes. Os segredos de Arrakis são empolgantes e fazem a leitura fluir. Estamos falando de um clássico, e tal posto foi alcançado por mérito.
Sobre a edição da Editora Aleph
Capricharam na edição! Capa dura, com arte de Marc Simonetti e acabamento em Soft Touch, miolo em papel Pólen Soft e boa diagramação.
Tradução de Maria do Carmo Zanini. Não é fácil adaptar tantos termos criados pelo autor, e o trabalho da tradutora ficou muito bom.
Vale a pena ler Duna? O veredito!
De acordo com Neil Gaiman, em seu prefácio à obra, Duna, dentre os grandes romances sci-fi, é aquele que se manteve mais relevante. E o autor de Deuses americanos está correto!
Ao abordar a escassez de água, o livro nos alerta para a importância da preservação ambiental e os problemas causados pela poluição. Existe até um personagem ecólogo! O tema está lá; não é o mais importante, contudo, se faz presente.
No contexto apresentado por Frank Herbert, computadores e máquinas inteligentes foram extintas. Circunstância inusitada, que gerou a necessidade de os humanos desenvolverem capacidades mentais de processamento fora do comum.
Vale a pena conhecer Duna e suas nuances. Além de épica, a obra foi inovadora em vários aspectos. Acredito que o enredo não se enquadre no gosto de todo mundo, mas quem gostar vai se apaixonar!
Nota (de 0 a 5): 4 ⭐

Ficha técnica
Título: Duna
Autor: Frank Herbert
Tradução: Maria do Carmo Zanini
Editora: Aleph
Ano: 2017 – 2ª ed.
Páginas: 680
ISBN-13: 978-8576573135
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Obrigado pela leitura!
Abraços.
Assista ao trailer do filme de 2021!
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