Minhas Leituras #78: Fundação – Isaac Asimov

Capa do livro Fundação Isaac Asimov Aleph

“A queda do Império Galáctico”

Título: Fundação
Autor: Isaac Asimov
Editora: Aleph
Ano: 2009
Páginas: 240
Tradução: Fábio Fernandes
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“Nunca deixe seu senso moral impedir você de fazer o que é certo!” (ASIMOV, Isaac. Fundação. Aleph, 2009, p. 142)

Com um início promissor, cheio de reviravoltas, revelações e mistérios, ‘Fundação’ faz a famosa trilogia de Isaac Asimov começar de maneira bastante animadora, já deixando o leitor com vontade de conhecer os próximos livros.

Bom doutor

Assim ficou carinhosamente conhecido Isaac Asimov, um dos maiores e mais populares escritores de ficção científica de todos os tempos. Ele nasceu na Rússia em 1920 e três anos depois sua família emigrou para os Estados Unidos, onde tornou-se um cidadão naturalizado em 1928.

Autor de séries de sucesso, como a ‘Trilogia da Fundação’ (que mais tarde transformou-se numa série, expandindo-se) e a série ‘Robôs’ (que inclui o livro ‘Eu, robô’), Asimov foi um dos mais proeminentes nomes da chamada Era de Ouro da Ficção Científica, ao lado de grandes nomes como Robert A. Heinlein (‘Tropas estelares’) e Arthur C. Clarke (‘2001: uma odisseia no espaço’).

Em 1966 a ‘Trilogia da Fundação’ venceu o prêmio Hugo de melhor série de ficção científica e fantasia de todos os tempos, desbancando concorrentes de peso como ‘O Senhor dos anéis’ de Tolkien. Isaac Asimov faleceu em 1992, por complicações causadas pelo vírus HIV, contraído em uma transfusão sanguínea, ao passar por uma cirurgia em 1983.

“Para ter sucesso, apenas o planejamento não é suficiente. Deve-se improvisar também.” p. 175

Humanidade conquista a galáxia

A história começa em Trantor, o planeta que é a capital do Império Galáctico, um império que já tem 12 mil anos de existência. A humanidade chegou a esse ponto, conseguiu conquistar e colonizar toda a Via Láctea, formando um vasto império, com um governo único e central.

Todavia, um império assim, tão vasto e tão antigo, pode ruir a qualquer momento (é o que a História nos mostra, vide o Império Romano). Hari Seldon, um psico-historiador, prevê a queda do Império Galáctico com sua Psico-história, uma nova ciência, uma espécie de psicologia capaz de prever eventos futuros, baseando-se em cálculos matemáticos e nos movimentos sociais e econômicos das massas.

Além de prever a queda do Império, Seldon também previu que a humanidade passaria por 30 mil anos de barbárie após esse evento. Para evitar isso, ele e seus colaboradores decidem criar a Fundação, uma colônia composta por cientistas que se encarregariam de escrever uma enciclopédia contento todo o conteúdo científico adquirido até então, o que evitaria que populações futuras ficassem “no escuro”.

Com o aval do imperador, essa Fundação é estabelecida no planeta Terminus, que fica na borda da Galáxia. Porém, os planos de Seldon guardam muitos outros segredos, que só serão descobertos décadas depois.

“Um inimigo conhecido é relativamente seguro.” p. 221

Contos contínuos

O livro é dividido em cinco partes. Quatro dessas cinco partes foram publicadas na Astounding Science Fiction, na década de 1940, uma revista especializada na publicação de contos de ficção científica. Foi apenas em 1951 que esses contos foram reunidos e organizados de forma cronológica para a publicação em um único livro, sendo adicionada mais uma parte, que é a primeira parte de ‘Fundação’.

Cada parte (ou conto), é dividida em diversos capítulos, o que deixa a leitura bem dinâmica e rápida. O início acontece como descrito acima, com Hari Seldon propondo a criação da Fundação. As demais partes se passam alguns anos após a criação dessa Fundação, contando como ela se desenvolveu e os perigos que enfrentou nos primeiros tempos de existência.

Sendo assim, as partes não são diretamente conectadas, mas há um espaço de tempo entre uma e outra, seguindo um enredo, uma linha do tempo. Conhecemos diversos protagonistas, cada qual com suas respectivas virtudes, todos personagens cativantes, que despertam o interesse do leitor. Ao longo das narrativas, muitos segredos serão revelados e a Fundação enfrentará diversas crises. Não será fácil levar o plano de Seldon adiante.

“Insulina traz um diabético ao normal sem a menor necessidade de uma faca, mas apendicite precisa de uma cirurgia.” p. 94

Sobre a edição

Edição comum. Brochura, capa com orelhas, miolo em papel Pólen Soft 80g/m². A diagramação poderia ser melhor, a fonte é um pouco pequena, mas também não chega a ser um problema. O design da capa é muito bacana, com a toda a série adotando o mesmo padrão.

Tradução de Fábio Fernandes, que já traduziu vários livros de ficção científica para a Aleph, obras de grandes autores como o próprio Asimov e Philip K. Dick. Um bom trabalho de tradução, feito por um profissional experiente. A edição já foi reimpressa mais de dez vezes (a minha foi a décima primeira), porém ainda há alguns erros que a revisão deixou passar.

“A verdade científica está além da lealdade e deslealdade.” p. 35

Conclusão

Um ótimo início para uma trilogia, apresentando um enredo muito interessante e personagens legais, que cativam o leitor, além de conter reviravoltas e mistérios que deixam a leitura empolgante. A escrita não é complicada, apesar de Isaac Asimov ter escrito alguns livros de Hard Sci-fi, a Trilogia da Fundação segue moldes mais leves, não há muitos termos técnicos ou complicados. Trata-se de uma grande aventura, recheada de elementos de mistério e intrigas políticas, com muitos diálogos, não sendo uma narrativa muito descritiva. Após essa leitura, fica fácil entender o porquê de muitos fãs considerarem Fundação a melhor série de ficção científica de todos os tempos. Não é apenas um livro de ficção científica, temos algumas reflexões econômicas e sociais que desempenham um papel importante no enredo, o que enriquece ainda mais essa aventura.

“Era infantil se sentir decepcionado, mas a infantilidade é uma coisa que acontece quase tão naturalmente a um homem quanto a uma criança […]” p. 15

Minha nota (de 0 a 5): 4,5

Alan Martins

Livro Fundação Isaac Asimov editora Aleph
O design adotado para essa série ficou muito bonito!

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Autor: Alan Martins

Graduado em Psicologia. Amante da Literatura, resenhista e poeta (quando bate a inspiração). Autor e criador do Blog Anatomia da Palavra. Não sou crítico literário, porém meu pensamento é extremamente crítico. Atualmente graduando em Letras.

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