Dia do livro é todo dia!

Ontem, dia 23 de abril, foi “celebrado” o Dia Mundial do Livro (e também do Direito do Autor). Não costumo postar às segundas-feiras, e também não vejo problema em falar sobre o assunto um dia depois, afinal todo dia é dia do livro.

A ex-presidente Dilma Rousseff disse, certa vez, que o Dia da Criança seria todo dia — e até afirmou haver uma figura oculta atrás da criança, que era um cachorro (???). Vou seguir essa linha de pensamento, porém de uma maneira muito menos viajada.

É muito bonito e importante existir um dia onde a importância dos livros é comentada no mundo todo, ou, ao menos, nos países membros da ONU (Organização das Nações Unidas). Me faltam recursos para poder comentar sobre como esse dia é discutido em outros países, mas posso falar daquilo que observei no Brasil.

Datas comemorativas existem aos montes, e o Dia Mundial do Livro está longe de ser a mais divulgada, tanto pela população, quanto pela grande mídia. Parece se tratar de uma data que apenas pessoas que gostam de ler conhecem — e essas pessoas ainda são minoria por aqui. Quem celebra de verdade são as livrarias e varejistas, com descontos em seus produtos. Esse é o tipo de notícia que os grandes veículos divulgam: as promoções, apenas um incentivo ao consumo.

Sim, com toda certeza é importante que o número de vendas de livros aumente, para estimular as editoras a investirem mais. Entretanto, quem está comprando nessas promoções? Novos leitores, ou aqueles que já são apaixonados pela leitura? Há realmente uma tendência maior ao consumismo do que a consolidação da leitura como um hábito. Investem-se em edições luxuosas, que se tornaram objetos de fetiche, uma peça de decoração. E as editoras, claro, aproveitam isso para vender mais, pois vivem de lucros, são empresas.

Temos um forte estímulo ao ato de comprar, só que falta investir essa mesma força ao incentivar-se a leitura, a criação de novos leitores. Por isso é importante lembrar que todo dia é dia do livro. Não basta apenas inventar promoções arrasadoras e discursos bonitinhos todo dia 23 de abril. O hábito da leitura tem que ser cultivado a cada dia. Todo mundo conhece a importância de uma alimentação balanceada, de hábitos saudáveis para a obtenção de uma boa vida. Por que não incluir a leitura nesses hábitos saudáveis? Ler só traz benefícios, um grande exercício para a mente, talvez o melhor para o bom funcionamento cognitivo. Uma rápida pesquisa no Google e você encontrará os inúmeros benefícios proporcionados pela leitura.

Não adianta colocar o tema “livro” em evidência durante um dia e logo após jogá-lo no limbo. Crenças, hábitos e comportamentos requerem certo tempo para que possam ser modificados. Falar sobre livros com maior frequência é um passo importante para mudar o cenário nacional em relação à leitura. Pela dimensão territorial do Brasil, pelo tamanho da população, deveríamos figurar entre os países com o maior número de leitores. Essa é uma realidade que ainda está um pouco distante, e não vamos sair do lugar se não mudarmos algumas ideias, alguns comportamentos.

Valorizar o livro e a leitura é imprescindível. Você que está lendo este texto pode ser uma peça importante nesse incentivo. Você pode ser a mudança. Tento contribuir para isso com meu blog, porém uma andorinha não faz verão sozinha. Por que não unir forças?

Eles existem em diversos formatos, desde edições de bolso, mais simples, aos luxuosos exemplares de capa dura, cheios de conteúdo extra. Há preços e estilos para todos os gostos, para todos os bolsos. Comprar é importante, porém ler, é ainda mais. Valorize a leitura, valorize quem lê. Foi legal o mundo ter falado sobre livros ontem, será ainda mais legal se o assunto não morrer por aqui. Por isso, faça todo dia ser o Dia do Livro!

Alan Martins

Livros de capa dura abertos
Imagem de Abhi Sharma, publicada sob Licença (CC BY 2.0). Disponível em: https://flic.kr/p/dELbZF.

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Autor: Alan Martins

Graduado em Psicologia. Amante da Literatura, resenhista e poeta (quando bate a inspiração). Autor e criador do Blog Anatomia da Palavra. Não sou crítico literário, porém meu pensamento é extremamente crítico. Atualmente graduando em Letras.

14 pensamentos

  1. Palmas por sua reflexão Alan! A indústria do consumismo ataca por todo lado. E quando achamos que estamos sendo os protagonistas, estamos sendo platéia. Os livros nos abrem para o mundo das idéias, mas o saber deles em prática que nos traz convivências. Que a vida seja mais que uma promoção na prateleira. Abraços 🙋🏽‍♀️

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    1. Exato! E, além disso, devemos ler e refletir sobre o que foi lido, não apenas ler correndo, sem entender nada. Essa reflexão e pensamento crítico que não nos deixarão reféns de estímulos de consumo, como marionetes.
      Me alegro com seu comentário! Muito obrigado.
      Abraço! 😀

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  2. Os livros… ah, os livros! Já foram uma compulsão. Sempre foram meus companheiros. É impossível ficar sem eles. Aos poucos passo-os pra frente. Com a aposentadoria, está difícil repassar minha biblioteca, já que universidades não andam, aceitando mais livros… por falta de espaço! Queria deixá-los com quem deles gosta e os respeita! Escrevo nos meus, conversando com o que leio. Se souber de algum interessado… Abraço!

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    1. Nem as universidades estão com espaço para receber mais livros? De vez em quando também passo um ou outro livro pra frente, não tem razão deixar um livro tomar poeira em uma estante, é melhor dá-lo a quem quer ler. Esse também é um ótimo meio para incentivar a leitura. Você está doando alguns dos seus?
      Abraço!

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  3. D’accord!!!!
    A leitura pode ser (e deve) ser incentivada nas escolas, pois na família, tal só vai acontecer se os pais já forem leitores, o se mesmo não sendo, compreenderem a importância (como foi o caso em minha casa), mas esses parecem ser casos raros.
    O grande problema tem sido, entretanto, que as leituras recomendadas não estão adequadas ao incentivo pelo gosto à leitura…

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    1. Só criando crianças leitoras que teremos adultos leitores no futuro, pais leitores. A escola é o principal meio dessa mudança, mesmo. Mas cada um pode fazer a sua parte também, doando livros, estimulando a leitura, valorizando essa cultura.
      A maioria das leituras recomendadas nas escolas estão bem longe da realidade das crianças, até por isso pode parecer que os livros são chatos. É melhor começar por livros mais simples, sobre temas que os jovens gostem, como livros que viraram filmes, livros mais voltados ao entretenimento. Desse jeito eles verão que ler é divertido, que os livros têm histórias interessantes. Acho que essa seria uma possibilidade.
      Obrigado pela visita. Vamos valorizar os livros!
      Grande abraço.

      Curtido por 1 pessoa

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