5 motivos para ler clássicos

Dentre tantos tipos, tantos gêneros de literatura existentes, não é todo mundo que citará a literatura clássica como um de seus favoritos. De certa forma é compreensível. Gostamos de coisas atuais, que tenham mais a ver com nossa realidade, mais comum ao nosso tempo. Ademais, aprendemos que clássicos são aversivos por sermos “obrigados” a lê-los na escola. Acredito que aí esteja o principal erro: a forma como esses livros nos são apresentados.

Que tal rever seus conceitos acerca dos clássicos? Esse tipo de livro não é nenhum bicho de sete cabeças, nem são tão complicados como muitos fazem imaginar. Deixe-me mostrar como esse gênero pode ser muito divertido e agradável. Vou lhe apresentar cinco motivos pelos quais você deve dar uma chance aos clássicos!


1 – Os livros clássicos não se resumem a apenas um gênero
Clássico não é só aquele livro do Machado de Assis que você leu no Ensino Médio e odiou. O que a literatura clássica tem em comum é o tempo, afinal são livros antigos. Porém existem clássicos de diversos gêneros. Se você não gosta dos clássicos brasileiros, saiba que houve muitos outros movimentos literários ao redor do globo. Visite outros países: a literatura clássica russa, com suas narrativas psicológicas; ou a literatura gótica inglesa, com suas histórias de horror clássicas (‘Drácula’, ‘O médico e o monstro’). Com toda certeza haverá um livro que é a sua cara, que faz o seu tipo.


2 – Descubra novas culturas, aprenda História
A partir da literatura é possível conhecer o funcionamento e características de uma sociedade, em um período de tempo em específico. Lendo um livro francês do século XIX, você consegue observar detalhes sobre como aquela sociedade apresentada na obra enxergava determinada questão. Ao mesmo tempo, aprende-se História, pois boa parte dos clássicos apresenta uma sociedade bem caracterizada e fatos sobre determinados acontecimentos, como ‘Guerra e paz’, romance de Liev Tolstói que se passa durante as guerras napoleônicas na Rússia. Livros clássicos são ótimos documentos históricos, bem mais divertidos que documentos comuns.


3 – Conheça as inspirações de seus autores favoritos
Um escritor não tira suas ideias simplesmente do nada. Algo o inspira a escrever, muitas vezes essa inspiração vem de um livro que ele leu. Além disso, é preciso ler para escrever bem; um autor que não lê, dificilmente produzirá boa literatura. E, claro, na maioria das vezes as fontes de inspiração são os clássicos, aliás, ótimas fontes, perfeitos “manuais” sobre como construir uma obra literária. Pesquise um pouco sobre seu autor favorito e você verá como ele cita autores clássicos como suas inspirações. Até Stephen King, autor de terror, de livros de entretenimento, venera a literatura clássica.


4 – São leituras para a vida
Seja em qual curso superior você pretender ingressar, a literatura clássica estará lá. É muito comum desenvolver relações entre a literatura e diversas ciências (principalmente as humanas). Há pessoas que pesquisam sobre esse assunto, ou que inserem citações literárias em suas pesquisas acadêmicas. Uma hora ou outra, um professor fará um comentário sobre um livro que se relaciona com a matéria lecionada. E, caso você seja um concurseiro ou vestibulando, fique sabendo que a literatura clássica é um tema recorrente em concursos públicos e vestibulares.


5 – Os clássicos são, sim, divertidos
Ser antigo não torna um livro chato (ser um livro de 2017 não tornará a narrativa boa somente por ser recente; tudo depende da habilidade do autor). O que pode deixar a obra sem graça é não se tratar de um assunto do seu agrado. Mas, como falei no primeiro item, existem livros clássicos de diversos gêneros, que falam sobre milhares de assuntos diferentes. Precisamos nos livrar dos grilhões do preconceito, que nos impedem de descobrir novos mundos. A dica que dou é a seguinte: antes de desembarcar na terra dos clássicos, livre-se de todo pensamento pré-concebido sobre os mesmos, ou você desistirá antes mesmo de pisar em terra firme. Pegue o livro e comece a ler, sem ódio, sem menosprezo; apenas deixe-se envolver pelo enredo, pelas personagens. Você verá como a leitura flui, como a narrativa instiga a imaginação. Aos poucos, com experiências positivas, seu conceito em relação a esse tipo de livro mudará por completo!


Será que esses motivos foram suficientes para fazer você começar a ler um clássico? Olha, eu realmente espero que sim!

Diga nos comentários a sua opinião sobre esse tipo de livro. Afinal, você gosta de literatura clássica?

Obrigado pela visita.

Alan Martins

Livros clássicos da Penguin Classics
Editado sobre imagem de Artyangel, publicada sob Licença (CC0 1.0). Disponível em: https://pixabay.com/photo-2673890/.

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Autor: Alan Martins

Graduado em Psicologia. Amante da Literatura, resenhista e poeta (quando bate a inspiração). Autor e criador do Blog Anatomia da Palavra. Não sou crítico literário, porém meu pensamento é extremamente crítico. Atualmente graduando em Letras.

37 pensamentos

    1. Concordo. Os professores precisam rever a maneira que utilizam para utilizar esses livros em suas aulas, fazer com que seja algo mais interessante e divertido para os jovens.
      Agradeço sua opinião, será sempre bem-vinda.
      Abraço.

      Curtido por 1 pessoa

  1. Eu gosto de clássicos ingleses e franceses e russos. Já os brasileiros e estadunidenses me causam certa preguiça. Li um ou outro alemão, mas também não caiu no meu gosto. Acho que é sempre uma questão de momento e de pessoa e influência e gosto. rs
    O importante é ler… clássico ou contemporâneo e entender o que salta das páginas para dentro de nós. Essencial. rs

    bacio

    Curtido por 1 pessoa

    1. Dos clássicos franceses não sou grande fã, não os mais romantizados. Prefiro os brasileiros do que os franceses, mas os russos são os que mais me encantam. Difícil encontrar uma literatura semelhante à russa clássica.
      Como você disse, o importante é ler, clássico ou contemporâneo. Mas os clássicos tem sua beleza especial.
      Grande abraço!

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  2. Eu leio clássicos. Nada contra, pelo contrário. Mas eu sempre gostei de ler, e, penso eu, sei fazê-lo.
    Mas em termos de Brasil, para a maioria das pessoas, ler é um suplício, não porque não gostem de uma boa história, mas porque não sabem ler. O analfabetismo funcional é um problema. E, curiosamente, o analfabetismo funcional não se resolve com a leitura, se esta for feita sem acompanhamento… E quem não sabe ler, não gosta, e quem não gosta, não quer ver os clássicos nem pintados de ouro…

    Curtido por 1 pessoa

    1. Isso é verdade. No Brasil temos um sério problema de muita gente não compreender aquilo que lê. Para que tenhamos mais leitores, é preciso que essa situação mude, até porque ler sem entender nada, não é legal, vai ver por isso muita gente perde o interesse pela leitura. É um ponto interessante esse que você levantou. Falta investimento na educação, e urgente.

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  3. Penso que o maior problema quando pensamos em clássicos se refere exatamente ao que você comentou no primeiro item: Gênero. Eu, por exemplo, não leria ficção científica de bom grado, mas adoro alguns autores clássicos que escreveram romances atemporais. Sugiro: Jane Austen e Anne Bront para compreender os costumes da sociedade inglesa do século XIX e Balzac para compreender a sociedade francesa. Outros poderiam ser citados, mas esses foram os que li mais recentemente. Abçs. 😉

    Curtido por 1 pessoa

    1. Isso mesmo, clássicos existem aos montes e de gêneros variados, onde haverá um capaz de agradar. Os autores que você citou são bons exemplos para compreender as sociedades de seus respectivos países, nas épocas apresentadas em suas obras. Ótimos exemplos de clássicos.
      Obrigado pela visita.
      Abraço! 🙂

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  4. A leitura de clássicos é a mais produtiva, pois nos abre a mente para raciocínios mais profundos. Desbravando épocas passadas, montamos um paralelo com nossa sociedade atual e aprendemos a reconhecer semelhanças e inerências do comportamento humano.
    Aumentei muito minha percepção de mundo quando passei a olhar para os clássicos.
    Mais gratificante ainda é alternar entre obras de peso do passado com livros contemporâneos.

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    1. Falou tudo!
      Além de todo esse conhecimento absorvido com a leitura dos clássicos, você encontra neles ótimas fontes de inspiração. Muitos poemas que escrevi foram inspirados por leituras de clássicos, justamente por abrir a mente, como você apontou de forma certeira.
      São livros que jamais deixarão de ser lidos.
      Obrigado pela visita.
      Abraço.

      Curtido por 1 pessoa

    1. Acho que é um pouco mais fácil então. Lendo clássicos deixa as leituras voltadas ao entretenimento mais fáceis, por exigir menos do leitor. É muito bom saber que você gosta tanto assim de clássicos! Vamos mantê-los vivos.
      Obrigado pelo comentário.
      Abraço.

      Curtido por 1 pessoa

  5. Olá, Alan. Também tenho os clássicos em altíssima conta. Os que já li raramente me decepcionaram. Pretendo iniciar um projeto de leitura de clássicos assim que terminar o meu atual de ler livros de diversos países do mundo. Excelente contribuição sobre o assunto. Parabéns!

    Curtido por 1 pessoa

  6. Muito legal você trazer essa discussão Alan. Eu também sou da opinião de que existe uma certa idade para certas leituras, e não estou menosprezando leitores ou livros, mas esse é um dos motivos para que um adulto, como eu, não queira ler Machado de Assis (você citou exatamente o meu caso). Mas hoje, ao ler obras clássicas, eu vejo o quanto elas são importantes. Apesar de ainda querer discutir o porque de chamar algo de clássico, pois isso claramente implica em uma escolha e em exclusão. Mas isso é assunto para outro momento.
    Grande abraço. Ótimo texto.

    Curtido por 2 pessoas

    1. Geralmente os clássicos falam sobre temas que uma criança ou um adolescente dificilmente poderão compreender por completo, por isso é mais fácil ler esse tipo de livro depois de adulto, porque fazem mais sentido nesse momento. Mas, mesmo gostando dos clássicos, sei que nem todos são para mim, não vou gostar de todos; há aqueles que me interessam mais, e outros que nem sinto vontade de conhecer. Como eu disse, temos que escolher ler aquilo que gostamos, afinal a leitura não é para ser uma tortura, mas sim proporcionar prazer, satisfação.
      Obrigado pelas palavras!
      Meu abraço.

      Curtido por 1 pessoa

    1. Esse livro do Italo Calvino eu nunca li, mas vou colocar na lista de desejos, deve ser bem legal, já que ele gostava muito de clássicos.
      Temos que ao menos tentar ler um clássico. Afinal, se nunca experimentarmos, como vamos saber se ler um clássico não é divertido? Nesse caso, vale muito a pena tentar!
      Obrigado pela visita.
      Grande abraço!

      Curtido por 1 pessoa

  7. Ótimo artigo, Alan. 😃
    Os clássicos são para mim uma fonte inesgotável de conhecimento e de estilística. O trabalho com a linguagem, as narrativas que muitas vezes são desafiadoras pela sua complexidade e intensidade são os elementos que me conquistaram. Logo no início de minhas leituras sempre preferi ler os best-sellers e livros que não exigiam tanto de mim. Com o tempo, a fórmula cansou-me e decidi explorar outros gêneros e os livros clássicos foram os escolhidos. E o mais incrível é que eles tbm levam o leitor a estudar mais sobre a história, filosofia, sociologia e outras áreas afins. E a cada livro lido, leva a outros de épocas próximas ou não. No livro Frankenstein, por exemplo, a criatura cita que leu John Milton, Goethe e o filósofo Plutarco e toda a consciência do mesmo baseou-se neles. E diante disso, só atiçou minha curiosidade em conhecer outros livros. Abraços, Agnes

    Curtido por 2 pessoas

    1. Eu também comecei a pegar gosto pela leitura com livros best-sellers, livros mais voltados ao entretenimento do que à arte, ou a um tema mais complexo. Mas, depois que você começa a ler os clássicos, notar suas influências nas obras atuais e toda a importância, não há mais como voltar atrás. E realmente, ler um clássico faz você se interessar por outros assuntos além da literatura. E para quem deseja um desafio a mais, um clássico mais complexo é um prato cheio, bom para treinar o foco.
      Obrigado pela visita e por sua contribuição com esse comentário.
      Grande abraço! 🙂

      Curtido por 1 pessoa

  8. muito bom artigo, Alan. acredito que os “clássicos” são mesmo estigmatizados sem nenhuma justificativa maior. está certo, alguns são longos, a narrativa demasiada em descrições, em detalhes, em personagens,etc. no entanto o importante é ter em mente a época em que foi escrito e o que traz de conteúdo, o que está abaixo da superfície do texto. então, teu artigo é mais um dos que instigam leitores e é um verdadeiro incentivo à leitura, tão necessária hoje em dia (e sempre). um grande abraço, Alan.

    Curtido por 2 pessoas

    1. Exatamente, não há motivo concreto para estigmatizar os clássicos. Todos têm algo a dizer por trás de suas palavras, por isso tornam-se clássicos. Hoje vemos muita literatura vazia, o que não ocorre com os clássicos. E o que você falou sobre ter em mente a época em que o livro foi escrito, cai na questão de se conhecer uma época diferente da que estamos vivendo, conhecer o passado e o processo de evolução da sociedade. Não há motivo para estigmatizar um clássico, mas existem milhões (não apenas 5) de motivos para ler um.
      Obrigado pelas palavras.
      Grande abraço, bom domingo.

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