7 Dúvidas comuns sobre uma psicoterapia

Psicoterapia, psicólogo atendendo um cliente
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Questões que envolvem nossa saúde sempre geram dúvidas e curiosidades. Antes de visitar um profissional da área, nossa cabeça ferve com tantas perguntas, angústias e rola aquela ansiedade, um frio na barriga.

Não seria estranho se isso acontecesse quando decidimos iniciar uma psicoterapia. Temos dúvidas sobre qual profissional escolher, sobre como será o atendimento, quanto tempo durará. Como uma psicoterapia envolve certa intimidade entre cliente e psicólogo, é comum que ocorra certos receios.

A fim desmistificar algumas questões e esclarecer dúvidas, elaborei esse post, respondendo a dúvidas muito comuns sobre uma psicoterapia. Você quer procurar um psicólogo, mas está com receio? Continue lendo e tire a pulga de trás da orelha. Ou as pulgas!


1 – Toda psicoterapia é igual? Existem diversas abordagens dentro da Psicologia Clínica, cada uma seguido uma teoria diferente. Temos três grandes escolas: Psicanálise, Cognitivo-comportamental e Fenomenológica. Cada linha de pensamento possui suas técnicas e modelos de atendimento e de compreender o ser humano; e dentro de cada uma existem suas variáveis, como, por exemplo, na Psicanálise, onde temos Freud, Lacan, Melanie Klein.

2 – Qual a abordagem mais indicada para mim? Toda abordagem possui técnicas e é desenvolvida para dar conta de toda demanda que surgir. Claro que existem diversos estudos que apontam que tal teoria é mais eficaz no atendimento de determinado caso, mas o que realmente conta nessas horas é a habilidade e conhecimento do psicoterapeuta, e claro, o engajamento do cliente.

3 – E se eu não sentir resultados? Se isso acontecer, é porque a psicoterapia não está progredindo. Pode ser que não haja transferência positiva entre psicólogo e cliente, ou uma falta domínio das técnicas, e até mesmo falta de envolvimento do cliente na psicoterapia; mas isso é algo que pode acontecer por diversos outros fatores. O que deve ser feito nessa situação é o psicólogo encaminhar o cliente a outro profissional, que poderá lidar melhor com o caso.

4 – Quanto tempo dura uma psicoterapia? Isso pode variar, tudo depende da abordagem utilizada pelo psicoterapeuta. O mais comum são sessões semanais com duração de 50 minutos para atendimentos individuais (o tempo é estendido em psicoterapia de casal ou familiar). Se for uma psicoterapia breve, já é estipulada, previamente, a quantidade de sessões, que fica em torno de 3 meses. As necessidades do cliente é o que determinará a longevidade da psicoterapia, mas não é muito adequado que se estenda por um longo período (anos). Há casos e casos, às vezes uma dependência pela psicoterapia pode surgir, e isso é algo que o psicoterapeuta terá que trabalhar nas sessões. Tudo isso pode ser conversado com seu psicólogo, na hora de firmar o contrato terapêutico.

5 – Meu psicólogo é meu amigo? Não no sentido íntimo da palavra amigo. Com toda certeza ele se importa com você e quer o seu melhor, porém é preciso manter a postura profissional. A psicoterapia fornece um espaço acolhedor, onde o cliente sente-se confortável em expor seus sentimentos e isso pode mexer com suas fantasias, dando a impressão de que o psicoterapeuta se tornou seu melhor amigo. Não seria ético um psicólogo ir à balada com seu cliente. Isso não quer dizer que se trata de uma relação fria, até porque o profissional vai te cumprimentar se te ver na rua, nada o impede. Mas é necessário prezar por uma relação profissional e, caso ambas as partes não consigam lidar com a situação de intimidade, é recomendado que a psicoterapia seja encerrada.

6 – Meu parente é psicólogo, vou economizar uma grana com psicoterapia? Não vai não. Pela proximidade com o cliente (no caso um parente), muitas questões seriam de difícil manejo para o psicoterapeuta, pois também o envolveriam, questões pessoais, já que estamos falando de sua família. Isso comprometeria muito a psicoterapia, que não seria bem desenvolvida. O psicoterapeuta precisa estar com seu psicológico em dia para conseguir abordar todos os temas que o cliente traz, sem se envolver de forma pessoal. Sendo assim, atender um parente não é nada bom, nem mesmo muito ético.

7 – Não é perigoso eu contar todos os meus segredos para o meu psicólogo? Para o bom desenvolvimento de uma psicoterapia, não é preciso contar todos os seus segredos, mas é preciso falar com sinceridade sobre os pontos a serem trabalhados. A situação acolhedora de uma psicoterapia garante um espaço propício para que o cliente sinta-se à vontade em expor seu íntimo. Um bom profissional seguirá o código de ética da Psicologia e guardará o sigilo psicológico com muito zelo. Quebrar esse sigilo pode trazer consequências graves ao profissional e isso dificilmente ocorrerá, a menos que seja um caso de extrema necessidade, que comprometa a vida do cliente, ou em situações na justiça. Em casos desse tipo, o psicólogo deve procurar auxílio no Conselho Regional de Psicologia ao qual está ligado para tomar a melhor decisão. Mas pode ficar tranquilo, um bom profissional não sairá fazendo fofoca sobre sua vida por aí.


E aí, alguns mitos foram quebrados com essas respostas? Eu espero que sim, pois existem inúmeras dúvidas sobre esse assunto.

Caso você ainda tenha alguma dúvida, deixe-a em um comentário que a responderei em próximo post!

Obrigado por ler até aqui.

Alan Martins


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Autor: Alan Martins

Graduado em Psicologia. Amante da Literatura, resenhista e poeta (quando bate a inspiração). Autor e criador do Blog Anatomia da Palavra. Não sou crítico literário, porém meu pensamento é extremamente crítico. Atualmente graduando em Letras.

13 pensamentos

  1. Bons pontos. Tenho uma ressalva quanto ao lance da terapia estar “funcionando” ou não e o encaminhamento que você deu a isso. Podem ser tantas as interpretações para um processo psicoterápico que “funcionar” às vezes representa algo inatingível ou uma desculpa para suspender incômodos que o processo possa causar. De qualquer maneira, bons pontos, como sempre.

    Curtido por 2 pessoas

    1. Isso é verdade, às vezes pode ser uma desculpa para abandonar uma psicoterapia. Mas, nesse caso, o psicólogo bem preparado notará isso e fará algo para contornar a situação. A decisão de encaminhamento tem que vir de ambas as partes (claro que mais a do cliente), e se isso for algo sincero, não uma desculpa. O profissional também sentirá que o processo não está sendo bem desenvolvido (pode ser até por ele possuir uma agenda muito cheia).
      Obrigado pela visita.
      Abraço!

      Curtido por 2 pessoas

    1. Muito bom ver relatos positivos sobre terapia! Então, imagino, você já estava por dentro dessas questões. Mas, se você ainda tiver alguma dúvida, alguma questão, é só falar, vou fazer um outro post com novas dúvidas e posso incluí-la!
      Obrigado pela visita e pelas palavras.
      Abraço! 😀

      Curtido por 2 pessoas

  2. Excelente post, Alan! O Ludo se beneficiou muito de um acompanhamento psicológico e hoje até pensa em estudar psicologia. Ele ainda está começando o ensino médio, mas acho que seria uma excelente escolha. Desculpe a curiosidade, mas você se lembra de quando começou a se interessar pela Psicologia?

    Curtido por 3 pessoas

    1. Ele já pode ir trabalhando esse pensamento então, pesquisando cursos e lendo algo sobre psicologia, mas, claro, que essa ideia pode mudar até ele estar com a idade de começar uma faculdade. Mas é bem por aí mesmo, quem fez terapia sempre acaba se interessante pelo assunto!
      Acho que o grande interesse mesmo nasceu dentro do curso, eu possuía muitas dúvidas sobre o que estudar. Eu estaria mentindo se eu viesse com a história de que psicologia sempre foi aquilo que sonhei em estudar. Foi descobrindo as matérias e os assuntos, dentro do curso, que passei a me interessar mesmo. Mas eu sempre gostei de saber a história por trás das coisas e os porquês de tudo, então isso se encaixa muito bem no trabalho de um psicólogo. A psicologia foi um grande achado em minha vida e eu fui achado por ela também, acho que é mais ou menos assim.
      Obrigado pelo comentário!
      Abraço! 😀

      Curtido por 3 pessoas

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