5 livros ‘diferentões’

O livro é um objeto que não tem muito segredo: é um produto feito, simplesmente, de papel e tinta. Os formatos podem variar: capa dura, brochura, com orelha, sem orelha, edição de bolso, página em papel branco, off-white. Como eu disse, não há muito segredo, os livros seguem um padrão e são quase todos iguais (esteticamente).

Fugir do padrão é bom e os marqueteiros sempre procuram se reinventar. Um livro é um produto, que visa o lucro e, para isso, precisa ser vendido. Muitas editoras têm investido pesado em marketing, e esse investimento se reflete em seus produtos.

Existem muitos livros que fogem do padrão, por detalhes às vezes mínimos, mas que podem fazer muita diferença numa prateleira, na hora de chamar a atenção do consumidor. Como consequência, tornam-se itens curiosos para quem é apaixonado pela literatura.

Sendo assim, apresento alguns exemplos de livros “diferentões”, com alguma característica não muito comum. Veja só que edições curiosas:


Capa livro O conde de Montecristo, Martin Claret5 – Dust jackets – O conde de Monte Cristo: Nos Estados Unidos é muito comum os livros possuírem uma dust jacket, espécie de sobrecapa, removível, que cobre a capa do livro, com o intuito de protegê-lo da poeira. Nesse país, a produção de livros em capa dura é muito maior que no Brasil, e as primeiras edições, geralmente, são publicadas nesse formato e elas vêm acompanhadas desse adereço. Não são muitos os livros em capa dura que são publicados no Brasil (até porque ficam mais caros), muito menos as edições que acompanham uma dust jacket. A recente edição de ‘O conde de Monte Cristo’, publicada pela Martin Claret no final de 2017, possui esse adereço, porém em versão dupla! É possível mudar a aparência do livro, deixá-lo diferente na estante. Se você se cansar de uma capa, é só trocar pela outra. Uma aposta muito curiosa da editora, que deixa esse grande clássico ainda mais lindo e atrativo.

Este slideshow necessita de JavaScript.


Capa livro A hora do lobisomem, Stephen King4 – Capa e conteúdo – A hora do lobisomem: Esse está longe de ser o maior sucesso de Stephen King, autor considerado o mestre do terror. Todavia, é um dos seus livros mais curiosos, ao menos a edição publicada pela Suma de Letras (agora Editora Suma) em 2017. A editora resolveu investir em edições em capa dura e com conteúdo extra, lançando assim a coleção Biblioteca Stephen King. O segundo volume dessa coleção é ‘A hora do lobisomem’, livro que, por si, já é curioso, pois conta com ilustrações do falecido artista Bernie Wrightson. Isso dá um aspecto de história em quadrinhos ao livro, que possui um enredo digno de HQs. Além disso, essa recente edição conta com uma capa em alto-relevo e texturizada, deixando o lobisomem que a estampa bem realista. É bom ficarmos de olho, pois a coleção Biblioteca Stephen King ainda terá muitos títulos bem curiosos. Eu já postei uma resenha sobre esse livro, você pode vê-la AQUI.

Este slideshow necessita de JavaScript.


Capa do livro Nós, Ievguêni Zamiátin, Aleph3 – Bordas coloridas – Nós: Mais um lançamento de 2017, ‘Nós’ é considerada a distopia original, aquela que inspirou clássicos como ‘1984’ e ‘Admirável mundo novo’. Seu autor, Ievguêni Zamiátin, viveu na época da revolução Russa e viu Stálin subir ao poder. Antes não tivesse visto, pois sofreu grande censura do governo soviético, sendo necessário pedir autorização para deixar o país. Foi uma ótima sacada da editora Aleph resgatar esse clássico, com uma tradução direta do original em russo. Além de ser uma edição em capa dura, também temos algumas características bem chamativas. A maior delas talvez seja as bordas coloridas. Alguns livros da Aleph contam com essa característica (‘Solaris’ é um exemplo), assim como os de outras editoras (o que parece ser uma leve tendência para edições mais trabalhadas). Uma diferença dessa edição de ‘Nós’ é que foram utilizadas duas cores: a borda de cima e a de baixo são da cor laranja e a lateral, preta. Com toda certeza essa é uma característica muito peculiar, e não menos curiosa. Leia minha resenha sobre esse clássico AQUI.

Este slideshow necessita de JavaScript.


Capa livro 2001 Uma odisseia no espaço, Arthur C Clarke, Aleph2 – Livro ou VHS – 2001: Uma odisseia do espaço: Clássico do cinema e da literatura de ficção científica. O enredo do filme, dirigido por Stanley Kubrick, foi inspirado no conto ‘A sentinela’, de Arthur C. Clarke (presente nessa edição de 2013, publicada pela Aleph). Kubrick e Clarke escrevem o roteiro do filme e, ao mesmo tempo, Clarke também escreveu o livro, que foi publicado pouco tempo após o filme estrear nos cinemas. É um caso difícil esse: o livro inspirou o filme, ou o filme inspirou o livro? Isso não importa, ambos são grandes sucessos e diferem-se vagamente. Em 2013, a editora Aleph resolveu publicar uma edição especial desse livro. Ele vem dentro de uma caixa, toda personalizada (mostrando o computador HAL). Ao retirar o livro da caixa, até parece que se trata de um VHS, que vinha embalado do mesmo modo. O livro em si é todo preto, com bordas pintadas, em brochura e sem orelhas. Essa caixa é uma boa proteção e deixa a edição toda diferenciada.

Este slideshow necessita de JavaScript.


Capa livro O som e a fúria, William Faulkner, Companhia das Letras1 – Capa de plástico – O som e a fúria: Com o fim da editora Cosac Naify, muitas de suas traduções foram adquiridas por outras editoras. A Companhia das Letras comprou algumas e publicou, no ano passado, a nova edição do livro mais aclamado de William Faulkner, o romance ‘O som e a fúria’. Todos esperavam uma edição em capa dura, com todo o capricho que a Cosac Naify possuía com suas publicações. Quem esperava isso, teve uma grande surpresa; positiva para uns, negativa para outros. O produto final, apresentado pela Companhia das Letras, foi algo muito distinto. É um livro brochura, capa com uma arte minimalista, representando sangue, feita por Cy Twombly. Até aí, tudo normal. O que essa edição possui de diferente? Ela também conta com uma dust jacket, mas esta é feita de plástico. Um plástico transparente recobre o livro. É um adereço removível e nele estão escritos o título do livro e o autor. Para quem esperava um livro em capa dura, recebeu algo totalmente diferente. Negativa ou positiva, essa característica é única no mercado brasileiro, até onde sei.

Este slideshow necessita de JavaScript.


Gostou dessas curiosidades? Já tinha visto algum livro assim? Conte aí nos comentários o que achou desse post!

Obrigado pela visita!

Meu abraço.

Alan Martins

Meme lá vem o diferentão, pessoas te olhando
Esse meme combinou muito com a proposta do post! 😅

Curta a página do blog no Facebook 👍

Siga no Instagram 📸

Siga no Twitter 🕊

Gosta de livros?📚 Veja outras dicas de leitura »»AQUI«««

Gosta de poesia? 🍂 Confira algumas »»»AQUI«««

Veja algumas dicas ‼  »»»AQUI«««

Confira algumas listas  »»»AQUI«««


Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.

Autor: Alan Martins

Graduado em Psicologia. Amante da Literatura, resenhista e poeta (quando bate a inspiração). Autor e criador do Blog Anatomia da Palavra. Não sou crítico literário, porém meu pensamento é extremamente crítico. Atualmente graduando em Letras.

17 pensamentos

  1. Para mim, o livro mais “diferentão” que já vi é S., de Doug Dorst e J. J. Abrams. O livro tem vários itens físicos dentro, como postais, recortes de jornais e bilhetes. Além disso, ele conta com anotações como se fossem à caneta dentro do livro — são várias histórias e a obra é um quebra-cabeça.

    O livro saiu no Brasil, inclusive eu tenho, mas até hoje não juntei coragem pra começar, haha

    Curtido por 2 pessoas

    1. Olha só, esse é bem diferente mesmo! Não o conhecia, preciso conferir, para ver como é. Pelo o que vc disse, deve ser uma experiência divertida ler esse livro!
      Obrigado pelo comentário, uma dica de um livro que eu não conhecia.
      Grande abraço!

      Curtir

      1. Gosto do Faulkner porque vai metamorfoseando o estilo de escrita consoante a personalidade do personagem. Esse livro, por exemplo, está divido em quatro partes e, todas elas, têm graus de complexidade diferentes, tanto a nível lexical como de raciocínio. Depois há outra coisa, ele faz uso do ‘fluxo de consciência’. É como se estivesses a ouvir a conversa interior que o narrador tem para consigo mesmo. Alguns podem-no achar confuso por isso : os nossos pensamentos não são lineares e têm saltos cronológicos, mas eu gosto 🙂 O ‘Na minha morte’ também é muito bom. Há uma adaptação para o cinema com o James Franco, acho, mas ainda não vi. Abraço e boa semana 🙂

        Curtido por 2 pessoas

      2. Acho que ‘Na minha morte’ foi publicado no Brasil como ‘Enquanto agonizo’. A Companhia das Letras vai publicar esse livro aqui, talvez nesse ano ainda. Também tem o ‘Luz em agosto’, que todos elogiam. Eu dei uma olhada, o James Franco já adaptou dois livros dele para o cinema. Vi no IMDB, as avaliações não são tão positivas, mas só assistindo para jugar, né?
        Abraço e uma ótima semana também! 😀

        Curtido por 2 pessoas

      3. É muito bom reparar em algumas diferenças nos títulos 😀 Não vi as adaptações para cinema, não tive oportunidade, mas o livro está excelente e aviso já que tem uma elevada dose de ironia, Nem tudo o que parece é. Não percas a oportunidade !!! Abraço 🙂 e be cool

        Curtido por 1 pessoa

  2. lololol
    Livros, para mim, são objeto de Fetiche. Talvez alguns me considerem estranho, mas eu dou preferência à livros de capa dura. Ontem mesmo comprei um, com Short Stories de H. G. Wells, de uma editora Inglesa, com a capa toda em Baixo Relevo. Muito fixe. Até Banda Desenhada (quadrinhos) dou preferência para capa dura. Mas também adoro aqueles livros tipo brochura com folhas mais rústicas e impressão de baixa qualidade, que até parece que foram impressos às pressas e à socapa, para serem distribuídos na calada da noite… lol
    Gostei da seleção. Me chamou a atenção principalmente a obra do Stephen King. Não curto, porque não curto terror. Mas esse livro tem uma capa fantástica e as ilustrações dentro são maravilhosas. 🙂
    Belo “post” ^^
    Abraços!

    Curtido por 2 pessoas

    1. Eu também gosto muito de livros com capa dura, só é ruim de segurar, quando são aqueles tijolos! Haja braço!
      Tem edições brochura que são muito bacanas, como os da Penguin, bonitos, seguindo um padrão.
      Esse do King ficou muito bonito mesmo, nunca vi um livro desse jeito. O designer dele está de parabéns!
      Fico muito grato que tenha gosta do post! Muito obrigado.
      Grande abraço!

      Curtido por 1 pessoa

Deixe um comentário