Poema: Outros mundos além deste

É comum a ficção se misturar à realidade. Afinal, uma linha tênue separa as duas, fica até difícil enxergar onde uma começa e a outra termina. Bem, talvez seja porque pessoas reais criam a ficção, baseando-se naquilo que existe. Por isso, toda fantasia possui um pingo de verdade. Pode-se dizer que a fantasia é fruto de desejos reais.

Quem conhece a série ‘A torre negra’, de Stephen King, sabe que o personagem Jake possui uma frase icônica: “Vá então, há outros mundos além deste”. Existem outros mundos na ficção, porém isso também ocorre na realidade.

Estudando psicologia, nota-se como cada pessoa percebe o que a cerca de maneira diferente. Não existe apenas uma visão, existem diversas compreensões sobre a mesma coisa. Não é incrível como a fantasia transcreve a realidade?


Outros mundos além deste

Certa vez,
tarde da noite, eu lia
um livro de Stephen King,
onde uma personagem dizia:
“Há outros mundos além deste”.
Conceito muito utilizado na ficção,
como certo autor polonês,
em sua brilhante obra de fantasia.

Existem teorias científicas
buscando explanar o tema que,
de tão simples, parece besteira.
Dentre todas, fico com os existencialistas,
que dizem que cada um
vivencia o mundo à sua maneira.

Nisso, há a convergência,
entre literatura e ciência.
Não percebo minha cidade
da mesma forma que meu compadre.
Há outros mundos
além deste que percebo,
onde cada pessoa cria o seu próprio,
a partir de experiências,
de si e do externo.

Como nas grandes obras
da literatura fantástica,
possuo o poder de viajar
entre diferentes mundos.
E para isso,
sequer faço uso de magia,
de metáfora, nem de alegoria.
Na verdade, não há segredo algum.
Basta eu estabelecer contato
e me relacionar com o outro.
Descobrir,
livre de preconceitos,
sua individualidade.

Isso que chamo de conversar consigo!
Ora, pois tudo poderia ser resumido,
sem precisar ter estendido,
o significado dessa simples palavra:
EMPATIA.

Alan Martins

Planetas no espaço sideral, estrelas brilhando, fantasia
Editado sobre imagem de Larisa-K. Publicada sob Licença (CC0 1.0). Disponível em: https://pixabay.com/photo-1475670/.

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Autor: Alan Martins

Graduado em Psicologia. Amante da Literatura, resenhista e poeta (quando bate a inspiração). Autor e criador do Blog Anatomia da Palavra. Não sou crítico literário, porém meu pensamento é extremamente crítico. Atualmente graduando em Letras.

14 pensamentos

  1. Durante os meus anos de estudos (sou graduada em psicologia e me especializei em psicanalise) atuei na área por algum tempo. Deixei a psicologia, mas ela não me deixou. A uso em tudo… e me faz compreender o outro na maior parte do tempo, me faz respirar fundo e observar. Recuar e esperar. Não falar e sim ouvir. Não julgar. Não exigir. A empatia para mim é um dos muitos mecanismos da Ânima… onde as energias se misturam e onde se formam as tempestades, com seus raios e trovões. O corpo para mim, é o receptáculo de tudo isso. Nunca acreditei em sentimentos do homem e sim da Ânima… rs
    Assunto complexo… vamos parar com isso.
    Afinal, cada qual acredita na fonte que o alimenta. rá

    bacio

    Curtido por 1 pessoa

    1. Muito lindas as suas palavras. Cada pessoa trabalha de acordo com aquilo que acredita, com a teoria que melhor lhe encaixa. Porém, você disse tudo: compreender, esperar, não julgar, não exigir. Empatia não tem casa fixa, serve para todos os pensamentos, todas as teorias.
      A psicologia é tão incrível que jamais deixa nossa vida, mesmo que a deixamos como profissão.
      Grande abraço. Obrigado pela contribuição.

      Curtir

    1. A vida parece bem curta para conhecermos tudo, quem dirá conhecer a si mesmo 100%. Acho que esse poema faz reflexo com seu post sobre realidade e abstração, que assim como a fantasia e a ciência, estão sempre ao redor.
      Obrigado pela leitura.
      Grande abraço!

      Curtir

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