OS MELHORES DE MAIO

Mais um mês se iniciou para nós, seres cronológicos, termos mais alguns dias para contabilizar semanas, meses e anos; uma rotina que nos move, querendo ou não. Junho começou bem por aqui, fazendo um pouquinho de frio, um clima muito gostoso, ainda mais com as festas juninas se aproximando, não se poderia querer nada melhor. Porém, o assunto do post é outro: é o mês de maio!

Como maio foi, na sua opinião, caro leitor? Espero que tenha sido excelente, porque assim o foi para mim. Apesar da correria com meu trabalho e com a faculdade, que está me levando ao limite da pontualidade, considero que foram ótimos trinta e um dias. Posso levantar vários pontos para sustentar minha afirmação: consegui ser pontual com os trabalhos da faculdade e com o estágio, tudo vai bem em meu emprego, o blog nunca teve tantos visitantes quanto agora, nada de ruim me aconteceu. Uma eventualidade ou outra sempre aparece, mas temos que focar nas coisas boas, as ruins estão aí para serem superadas, são partes intrínsecas da vida, afinal.

Um outro ponto positivo do mês do trabalhador foi o de que fora produtivo para a leitura e para a produção aqui do blog. Consegui fazer três posts semanais, o que foi muito desafiador e gratificante. E como falo muito de literatura por aqui, dou início à uma nova sessão de posts: todo começo de mês irei fazer um ranking das melhores leituras do mês anterior! Temos quatro concorrentes esse mês: ‘As aventuras de Huckleberry Finn’, de Mark Twain; ‘As travessuras da menina má’, de Mário Vargas Llosa; ‘Caixa de pássaros’, de Josh Malerman; e ‘Nós’, de Ievguêni Zamiátin. Dessa forma, lhe apresento as melhores leituras de maio!

---

4° CAIXA DE PÁSSAROS – JOSH MALERMAN (INTRÍNSECA, 2015): Esse livro foi uma decepção para mim. Com uma rápida busca no Google, é possível encontrar muitas análises e resenhas positivas, tanto do Brasil, quanto da gringa. Porém, é muito mais marketing do que qualidade de verdade. Malerman apresenta uma ótima ideia sobre um mundo pós-apocalíptico onde as pessoas devem viver de olhos fechados, pois correm o risco de ficarem insanas e violentas caso abram os olhos e deem de cara com certas “criaturas”. Há alguns momentos que dão medo, onde o suspense é bem trabalhado. Entretanto, a história e as explicações dos eventos são fracas e rasas, há uma certa pressa para finalizar a narrativa. Trata-se de uma boa ideia, pouco desenvolvida. Um potencial desperdiçado. Para maiores detalhes, veja minha resenha sobre o livro AQUI.

---

3° AS TRAVESSURAS DA MENINA MÁ – MÁRIO VARGAS LLOSA (ALFAGUARA, 2006): Estar em terceiro lugar nesta lista não é algo ruim. Os dois primeiros colocados são muito bons, assim como este livro de Llosa, porém um detalhe ou outro acaba decidindo tudo. Temos aqui uma releitura de ‘Madame Bovary’, de Gustav Flaubert, um autor que influenciou muito Vargas Llosa. Uma história de amor, sobre um amor verdadeiro, porém nem um pouco bonitinha. A menina má faz jus ao seu apelido, fazendo o protagonista de gato-sapato. Como o autor gosta de tratar sobre assuntos históricos e políticos em suas obras, aprendemos um pouco sobre os movimentos revolucionários, que eram treinados em Cuba, nos anos 60 e 70, para serem enviados aos países da América do Sul, com a intenção de instalar a revolução. Além disso, conhecemos um pouco sobre a história de algumas capitais da Europa. Uma ótima leitura, de um autor vencedor do Prêmio Nobel de Literatura. Veja minha análise completa AQUI.

---

2° AS AVENTURAS DE HUCKLEBERRY FINN – MARK TWAIN (L&PM POCKET, 2011): Considerada a obra-prima de Mark Twain, é um dos livros que marcam e dão início às Letras estadunidenses. Escrita com um forte regionalismo, é um desafio para os tradutores, que buscam as melhores formas para adaptar a narrativa para seus respectivos idiomas. Um dos livros mais polêmicos de todos os tempos, causou um reboliço quando foi publicado pela primeira vez, no século XIX, e causa ainda hoje, com editores que buscam censurar palavras consideradas preconceituosas. Por um dos temas da história ser a escravidão nos EUA, há muito o que se discutir. As personagens de Twain falam de maneira simples e informal, com muitos erros e à maneira que se falava naquela época. Muito se mudou de lá para cá, o que não mudou é o fato de essa ser um grande livro, um clássico. Para mais informações, leia minha opinião AQUI.

---

1° NÓS – IEVGUÊNI ZAMIÁTIN (ALEPH, 2017): Apesar de não ser a melhor história de todas, é o livro que marcou o início de um gênero: a distopia. Zamiátin inspirou autores como George Orwell e Aldous Huxley, sem ele, talvez a distopia não fosse um gênero tão presente na literatura mundial, nem nos cinemas. Escrita no início dos anos 1920, é mais uma obra que causou polêmica. Foi censurada pelo governo soviético, deixando o autor incapaz de publicar qualquer coisa no país, o que o levou a solicitar seu exilio. A política e a filosofia são temas centrais da história, sendo possível notar algumas críticas ao que o governo da URSS vinha fazendo com sua população. A ideia principal do livro é mostrar como um governo totalitário, controlador ao extremo, pode nos controlar da maneira que bem entender e até retirar nossa individualidade. A edição está impecável, com vários extras e um lindo projeto gráfico. Clique AQUI e conheça um pouco mais sobre a distopia original.

---

E aí, concorda com a lista? Já conhecia esses livros? Deixe sua opinião, conte como o mês de maio foi para você. Faça uma lista das melhores coisas que lhe aconteceram. Que junho seja um mês tão especial e produtivo quanto maio.

Obrigado, se você leu até aqui, saiba que possui minha eterna gratidão. Tenha um ótimo mês e até a próxima!

Alan Martins

---

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.