“Clássico da Era do Jazz”
Título: O Grande Gatsby
Autor: F. Scott Fitzgerald
Editora: Penguin-Companhia
Ano: 2011
Páginas: 256
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Escrever sobre um livro tão prestigiado e reconhecido não é uma tarefa fácil. O Grande Gatsby influenciou diversos autores ao redor do mundo e é estudado por muitos linguistas. Não se trata de apenas mais um livro, F. Scott Fitzgerald escreveu cada aspecto dessa obra de uma forma que trouxesse um significado a mais, algo por trás do que está escrito, algo além das ações das personagens, da história em si. Por isso muitos estudiosos se dedicam a esmiuçar cada palavra e descobrir o que o autor queria dizer com aquilo. Talvez seja por isso, e outros motivos certamente, que essa é uma obra cultuada até hoje. Dessa forma, por não ser um pesquisador da literatura e não possuir tais habilidades, essa análise parte do ponto de vista do leitor comum. Aquele amigo que já leu o livro e você lhe pede sua opinião antes de compra-lo.
A história se passa nos Estados Unidos dos anos 20; a era do jazz, da lei seca, um período logo após a Grande Guerra. Somos apresentados à vida dos ricos de Nova York, às suas futilidades e a seus relacionamentos mesquinhos. O enredo principal não é dos mais interessantes ou originais, trata-se de uma história de amor, daquelas onde sempre há dificuldades a serem superadas. Entretanto, o elemento principal é o personagem que dá nome ao livro. Jay Gatsby é muito bem construído, sempre cheio de mistério, os segredos de sua vida, seu passado, sua riqueza. Ninguém o conhece realmente, o que instiga a curiosidade do leitor. Além disso, há sempre uma dúvida sobre suas ações. Será que ele é bom ou ruim? Devo amá-lo ou odiá-lo? O que será que ele esconde por trás de tanta ostentação?
Os fatos são narrados pela perspectiva de Nick Carraway, que talvez seja o protagonista, mas não o personagem principal. Ele conta a história a posteriori, após os acontecimentos da narrativa, e coloca sua própria visão sobre os detalhes da história, distorcendo-a em favor de suas convicções. É um narrador onisciente, que está ali mais para apresentar a história ao leitor do que realmente ser parte importante dela. Não parece que ele realmente faz algo que altere o rumo das coisas. Mas é parte intrínseca dela, presente em cada momento. Dessa forma, descobrimos as coisas ao mesmo tempo que ele.
Fica difícil dar detalhes do enredo sem contar coisas demais. A visão da década de 1920 que podemos tirar pelas descrições são vívidas, transportando-nos para essa época. Também descobrimos detalhes de como os ricaços daquele tempo viviam, suas enormes residências, as enormes festas, o desdém para com os considerados inferiores. É um livro com personagens apaixonantes, outros que causam repulsa, e o principal – Gatsby – que causa curiosidade. É difícil encontrar um personagem tão bem construído. A parte romântica da história é um pouco clichê, mas encanta. Antigamente o romance era narrado com aspecto muito mais… romântico. Diferente dos atuais, onde o sexo é a parte mais chamativa dos relacionamentos, ou o ponto principal da história. Não quero dizer que se trata de algo puritano, porém não é algo tão carnal.
A edição da Penguin-Companhia faz parte de uma linha lançada pela parceria entre as duas editoras, publicando obras clássicas da literatura mundial. É um livro com capa comum, sem orelhas, conhecido como paperback. Apesar disso, o papel utilizado nas páginas é de qualidade (Pólen Soft), com boa impressão e fonte de bom tamanho. Essas edições sempre trazem algum bônus, como notas de rodapé ou introduções sobre os autores, escritas por estudiosos do mesmo. Em o Grande Gatsby isso não é diferente. A introdução é de Tony Tanner, que se dedicou a estudar as obras de Fitzgerald. Nessa introdução podemos descobrir que ele foi um um grande autor, desvendando como a história foi construída e seus significados ocultos em uma leitura superficial. É um livro que deve ser lido muitas vezes para total compreensão, e acredito que valha a pena, pois é um clássico que os apaixonados por leitura devem ler, e os aspirantes a escritor também.
O livro já foi adaptado diversas vezes para o teatro, televisão, espetáculos de dança e cinema. A mais recente versão para o cinema é de 2013 e traz Leonardo DiCaprio no papel principal.
Uma leitura recomendada. Uma obra que é citada por diversos autores famosos deve ler lida, com certeza.
Alan Martins
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